Faltavam algumas horas para a selecção portuguesa se estrear no Euro 2008, mas no Estádio Cidade de Coimbra, onde decorreu a 3.ª edição do Festival Solnec, era bem evidente a ansiedade de miúdos e graúdos.
Ao longo da tarde, desfilaram pelo relvado 20 modalidades desportivas e para entrar em acção muitos foram aqueles que vestiram bem cedo a camisola da selecção nacional.Aqui e ali saltavam à vista equipamentos de alguns clubes de futebol, mas, ontem, o verde e vermelho estiveram em destaque no Cidade de Coimbra, sendo Cristiano Ronaldo o herói da maioria da pequenada.
Se na Suiça entraram em campo profissionais de futebol, em Coimbra entraram em campo profissionais da solidariedade, que suaram a camisola por uma causa: ajudar a Casa dos Pobres na construção das novas instalações em S. Martinho do Bispo.
Eram esperadas três mil pessoas e foi precisamente esse o número de bilhetes vendidos, pelo preço de três euros.
Para Jorge Cotovio, coordenador do Núcleo das Escolas Católicas da Diocese de Coimbra, a terceira edição foi «um sucesso», à semelhança das anteriores, estando já a ser preparada a acção do próximo ano lectivo, que deve contemplar uma instituição de apoio a crianças e jovens carenciados.
Na bancada do estádio, pais, familiares, professores, auxiliares assistiam com orgulho às prestações dos mais novos.
Entre o público, encontrava-se Carlos Encarnação, presidente da Câmara Municipal de Coimbra, que também se quis associar à causa das seis escolas católicas: Escola da Casa de Nossa Senhora do Rosário (Tavarede), os colégios de S. Teotónio, S. José e Rainha Santa (Coimbra) e da Imaculada Conceição (Cernache) e Externato João XXII (Coimbra).
A primeira modalidade em exibição no Estádio Cidade de Coimbra foi a ginástica artística e acrobática do Colégio Rainha Santa.
Seguiu-se o futebol, com meninos e meninas a mostrarem que, quem sabe um dia, também podem vir a brilhar num Campeonato Europeu ou Mundial.
A Maria Carolina tem nove anos e é a única rapariga da sua equipa, “Os Incríveis”, do Colégio de S. José. Estar só entre rapazes não a intimida e, dizem os colegas, «ela até joga bem». Marcar golos é a sua especialidade ou a sua posição em campo não fosse a de atacante.
Ali ao lado, os colegas do Externato João XXIII esperavam que chegassem todos os elementos para a equipa ficar completa e também entre eles meninas jogam lado a lado com os meninos. Nos poucos minutos que faltavam, todos os momentos foram aproveitados para definir a estratégia, porque, apesar do importante ser a solidariedade da iniciativa, ninguém estava interessado em regressar a casa com uma derrota.
Mas nem só de ginástica e futebol se fez a festa.
Não faltou voleibol, atletismo, andebol, ténis de mesa, badminton, xadrez, escalada, judo, dança, capoeira, râguebi, matraquilhos humanos, entre outros.
Quem quis teve ainda a oportunidade de andar nos cavalos da Guarda Nacional Republicana, numa demonstração que atraiu dezenas de crianças e jovens.
Entregues 10 mil euros para apoiar Casa dos Pobres.
Depois da Associação de Pais e Amigos dos Cidadão Deficientes Mentais (APPACDM) e da Acreditar, este ano, o Núcleo das Escolas Católicas da Diocese de Coimbra (NEC) está a apoiar a Casa dos Pobres.
Até ao momento, foram realizadas várias iniciativas, que resultaram em 10 mil euros, já entregues à Casa dos Pobres, adiantou Jorge Cotovio, coordenador do NEC, ainda sem fazer contas aos resultados angariados com o festival desportivo de ontem à tarde.
A Casa dos Pobres de Coimbra foi fundada em 8 de Maio de 1935 e acolhe cerca de 50 idosos.
Há alguns anos instalada no n.º27 da Praça do Comércio, a instituição está em vias de se mudar para a nova “casa”, orçada em um milhão e 500 mil euros, em construção na Quinta do Cedro, em S. Martinho do Bispo.